quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Por um cinema (brasileiro) mais comercial


"A gente fez um filme comercial mesmo porque fizemos com o nosso dinheiro". Apesar do clima descontraído do ambiente, a afirmação do diretor de "Rinha", Marcelo Galvão, pontuou o principal tópico discutido no encontro entre a equipe do filme e o público no Pavilhão do Festival. Em meio a curiosidades sobre a produção e as gravações de seu terceiro longa, Marcelo disparou contra a política audiovisual brasileira, lembrando que o dinheiro público tem sido aplicado em filmes sem o menor apelo popular. O diretor de fotografia Rodrigo Tavares fez coro:
- Cinema é um negócio como outro qualquer. Você tem que ouvir o seu público e saber o que ele quer. Não tem por que o cineasta pensar diferente.

"Rinha" retrata uma competição em que jovens ricos apostam dinheiro em combates entre homens de classe baixa que brigam no melhor estilo vale tudo. Apesar da temática e das cenas violentas, a grande polêmica do longa é uma questão de linguagem: o filme de Marcelo Galvão é todo falado em inglês, com algumas poucas cenas em espanhol e português. O diretor explicou que a opção declarando que o projeto visa principalmente o mercado internacional. Para alcançar esse objetivo, Marcelo e Rodrigo planejam levar "Rinha" a festivais tanto nacionais quanto fora do país, como o Sundance.

O clima de amizade entre a equipe também foi apontado como essencial para as filmagens, ocorridas durante um mês e meio. A atriz Maytê Piragibe ressaltou que fazer o filme foi como estar entre amigos. O VJ da MTV Felipe Solari, em sua estréia como ator, afirmou que a estréia de "Rinha" era um momento de concretização das amizades feitas nas filmagens.


Mediador: Marcos Petrucelli (Jornalista, crítico de cinema e editor do site e-pipoca)
Debatedores: Marcelo Galvão (Diretor), Rodrigo Tavares (Diretor de Fotografia), Marçal Souza (Produtor), Maytê Piragibe (atriz), Christiano Cochrane (ator) e Felipe Solari (ator)

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