Os debatedores e a platéia

O bate-papo que sucedeu a segunda sessão de "Palavra (En)Cantada" no Festival Rio - e contou com a presença da equipe do filme e de especialistas em música - abordou o diálogo entre literatura, palavra oral e música retratado no longa a partir de figuras emblemáticas da MPB como Chico Buarque e Maria Bethania.

Os produtores de "Palavra (En)Cantada" e a diretora Helena Solberg explicaram que muito da formação cultural popular vem da música e que muita gente se interessa por literatura depois de ouvir referências feitas pelos compositores a poemas e autores. Helena também destacou o momento atual de feliz união entre o cinema e a música brasileira, que nunca foi tão retratada nas telonas como hoje.

O professor de música da UFRJ Samuel Araújo polemizou ao questionar a legitimidade da MPB dizendo que ela se crê única no mundo, mas que seu processo de formação não foi diferente da construção da música popular em outros países. Samuel, entretanto, afirmou que a música nacional possui um papel singular no globo por se unir à literatura e à oralidade de forma espontânea e natural.



Mediador: Júlio Diniz (Diretor do Departamento de Letras da PUC-RJ e Professor Associado na área de estudos de literatura)
Debatedores: Helena Solberg (Diretora), David Meyer (Produtor), Marcio Debellian (Co-Produtor), Samuel Araújo (Departamento de Música e Cultura da UFRJ) e Santuza Naves (Antropóloga e especialista em música)

"Só 10% É Mentira" e a poesia icônica de Manoel de Barros

Marcio Paes, Minon Pinho e Pedro Cezar

Imagem e poesia foram o centro das atenções no debate do documentário "Só 10% é Mentira". No longa, o diretor e também escritor Pedro Cezar se focou na vida e obra do poeta Manoel de Barros, uma de suas grandes influências. Leitor do sulmatogrossense desde 1997, Pedro se disse motivado a filmar a história do autor por ser muito prazeroso falar de personalidades que ele admira, citando ainda o seu próximo projeto, um documentário sobre o surfista Fábio Gouvea.

"Só 10% É Mentira" é uma espécie de viagem imagética pela obra do autor de "Poemas Rupestres". Por isso, um dos pontos fortes do documentário é a fotografia. O diretor de arte Marcio Paes contou no bate-papo que não havia outro caminho para tratar do rico universo do poeta que não fosse por uma construção de imagens mentais. Esse foi o mote para que Pedro e Marcio concebessem um longa lírico e cativante.

- Nosso desafio era fazer um filme de poesia sem ser cabeçudo, mas também não queríamos ser meros ilustradores da poesia do Manoel - explicou Marcio.


Mediador: Minon Pinho (Produtora e Consultora Cultural e Sócia da Casa Redonda Produções)
Debatedores: Pedro Cezar (Diretor), Angélica Coutinho (Produtora Cultural) e Márcio Paes (Diretor de Arte)

Ditadura e engajamento no Encontro da ASCINE

Ocorrido paralelamente ao lançamento do livro “Cineclubismo – Memórias dos Anos de Chumbo”, de Rose Clair Matella, o encontro da Associação de Cineclubes (ASCINE) se pautou no nascimento do órgão, criado há dois anos devido a falta sentida pelos associados do Rio de Janeiro por uma representatividade oficial. Também foram discutidas as políticas de regulamentação da atividade no país, como a parceria com a RioFilmes para uma liberação mais ágil de filmes para os cineclubes.

Comentando algumas histórias contadas no registro feito por Rose Clair, o distribuidor Marco Aurélio Marcondes, atuante no movimento há décadas, enfatizou a relação cineclubismo e a ditadura e que o essencial naquela época era que o engajamento de todos na mobilização, independente de seu partido político ou ideologia.

O evento foi dedicado ao ator Paul Newman, morto no último dia 26.


Mediador: Flávio Machado
Debatedores: Zé José (Editor da Revista Zé Pereira), Marco Aurélio Marcondes (Distribuidor) e Rose Clair Matella (Autora do livro “Cineclubismo – Memórias dos Anos de Chumbo”)

Deficiência visual em pauta no Cine Encontro

Um debate sobre o documentário "Sentidos à Flor da Pele" abriu o segundo dia do Cine Encontro. O diretor Evaldo Mocarzel ("Do Luto a Luta") falou sobre a possibilidade de fazer um filme sobre um assunto delicado como o dos deficientes visuais.

Uma das curiosidades do encontro foi a participação – como assistente de câmera - de um jovem que possui visão monocular, ou seja, enxerga apenas com um dos olhos. O diretor afirmou que, nesse caso, queria trabalhar mais o fato de os outros sentidos estarem mais aguçados após a perda da visão.

Ethel Rosenfeld, uma das personagens do documentário, comentou o quanto é difícil - "É como o fim do mundo" - para um portador de baixa visão perdê-la totalmente, já que, mesmo enxergando pouco, ele ainda não é totalmente cego.

Sobre a possibilidade de uma nova produção dialogando com outras formas de deficiência, Evaldo revelou sua dificuldade de fazer filmes que não tenham uma ligação pessoal com ele.


Mediador: Joel Pizzini (Cineasta)
Debatedores: Evaldo Mocarzel (Diretor), Ethel Rosenfeld (Personagem do documentário) e Marcelo Moraes (Idealizador do documentário)

O que o brasileiro quer ver no cinema abre as atividades do Cine Encontro 2008

Equipe MMGA Núcleo de Pesquisa, Cacá Diegues,
Marcos Didonet e Marco Aurélio Marcondes

O debate de abertura do Cine Encontro 2008, “Que filmes queremos?”, começou com uma atividade realizada pela MMGA Núcleo de Pesquisa Criativa com 24 jovens na qual cada um escolheu duas figuras que os tocassem. Da dinâmica, a conclusão: o brasileiro está em busca de uma identificação com suas raízes.

O mesmo pensamento dividiu o distribuidor Marco Aurélio Marcondes e o diretor Cacá Diegues. Marco Aurélio disse que "estamos passando por um momento onde existe a reflexão da imagem, em que todos querem ver ações e reações em que pertençma ao mundo deles".

Já Cacá afirmou que o público se tornou uma questão muito relativa e que os profissionais do ramo sempre acham que um filme de sucesso é aquele que mostra o que a audiência quer ver, mas que, na verdade, uma produção bem sucedida retrata aquilo que as pessoas ainda não sabem que querem assistir.

O debate foi baseado em dados de uma pesquisa realizada pela MMGA que, a pedido do Festival do Rio, entrevistou pessoas de 18 a 50 anos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Sessões populares - Premiére Brasil

Cinema e bate-papo com produtores, diretores e atores dos filmes da Première Brasil e internacionais!

Sessões Populares Première Brasil + Debates com o público
As sessões Populares da Première serão realizadas no Cine Odeon Petrobras, localizado na Cinelândia, Centro- Rio de Janeiro/RJ a R$2.
A abertura do Cine Encontro, painel, os debates e os encontros de profissionais acontecerão no Pavilhão do Festival -Centro Cultural da Ação e da Cidadania – Rua Barão de Tefé 75 – Centro – Zona Portuária – Rio de Janeiro/RJ. As atividades do Cine Encontro são gratuitas (sujeito à lotação) com transporte direto do Cine Odeon Petrobras para o Pavilhão logo após cada sessão.



SEXTA, 26 DE SETEMBRO
16:00h – Debate de Abertura do Cine Encontro “Que filmes queremos?”
Com a participação de diretores e atores consagrados


SÁBADO, 27 DE SETEMBRO
Sentidos à Flor da Pele, de Evaldo Mocarzel
Exibição: 13:15h
Debate: 16h
Mediador: Joel Pizzini

18h Lançamento de Livro - "Cineclubismo - Memórias dos Anos de Chumbo" e Encontro dos Cineclubistas (ASCINE)


DOMINGO, 28 DE SETEMBRO
Só 10% é Mentira, de Pedro Cézar
Exibição: 11h
Debate: 13:30h

Palavra EnCantada, de Helena Solberg
Exibição: 13h
Debate: 15:30h
Mediador: Julio Cezar Diniz

Rinha, de Marcelo Galvão
Exibição: 15h
Debate: 18h


SEGUNDA, 29 DE SETEMBRO
Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado, de Joel Zito Araújo
Exibição: 10:30h
Debate: 13:30h

A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele
Exibição: 12:50h
Debate: 15:30h
Mediador: Luis Carlos Merten

Abaixando a Máquina, de Guillermo Planel e Renato de Paula
Exibição: 15h
Debate: 17:30h


TERÇA, 30 DE SETEMBRO
Juventude, de Domingos Oliveira
Exibição: 13:30h
Debate: 16h


QUARTA, 01 DE OUTUBRO
Um Romance de Geração, de David França Mendes
Exibição: 11:15h
Debate: 13h
Mediador: Luis Carlos Merten

Titãs - A Vida até Parece uma Festa, de Branco Mello e Oscar Rodrigues
Exibição: 13:15h
Debate: 16h


QUINTA, 02 DE OUTUBRO
Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal
Exibição: 11:15h
Debate: 14h

Feliz Natal, de Selton Mello
Exibição: 13:15h
Debate: 16h
Mediadora: Bianca Kleinpaul

Cantoras do Rádio, de Gil Baroni e Marcos Avellar
Exibição: 15:30h
Debate: 18h


SEXTA, 03 DE OUTUBRO
Vingança, de Paulo Pons
Exibição: 11:15h
Debate: 14h
Mediador: Rodrigo Fonseca

Feridas, de Roberto Flores e O Veneno e o Antídoto, de Estevão Ciavatta
Exibição: 16h

Jards Macalé - Um Morcego na Porta Principal, de Marco Abujamra e João Pimentel
Exibição: 16h
Debate: 18:15h


SÁBADO, 04 DE OUTUBRO
11h - Encontro do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB)
Painel – Conferência de Preservação Cinematográfica – O Segredo da Múmia

Morrinho - Deus sabe tudo mas não é X9, de Fábio Gavião e Markão
Exibição: 13:15h
Debate: 15:30h


DOMINGO, 05 DE OUTUBRO
Se Nada Mais Der Certo, de José Eduardo Belmonte
Exibição: 13:30h
Debate: 16h
Mediador: Daniel Schenker

Loki - Arnaldo Baptista, de Paulo Fontenelle
Exibição: 15:45h
Debate: 18:30h


SEGUNDA, 06 DE OUTUBRO
Estrada Real da Cachaça, de Pedro Urano
Exibição: 11:15h
Debate: 14h

Apenas o Fim, de Matheus Souza
Exibição: 13:15h
Debate: 16h

Praça Saens Peña, de Vinícius Reis
Exibição: 15:15h
Debate: 18h


TERÇA, 07 DE OUTUBRO
Contratempo, de Malu Mader e Mini Kerti
Exibição: 10:30h
Debate: 13:30h

Verônica, de Maurício Farias
Exibição: 12:45h
Debate: 15:30h


QUARTA, 08 DE OUTUBRO
Paulo Gracindo, de Gracindo Junior
Exibição: 10:30h
Debate: 13h

Esse Homem Vai Morrer - Um Faroeste Caboclo, de Emílio Gallo
Exibição: 12:30h
Debate: 14:30h

Sessões populares - Exibições internacionais

Todas as sessões Populares Internacionais, seguidas de debates, serão realizadas às 18:30h, com presença do diretor do filme, público e convidados, no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF)
Endereço: Av. Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro / RJ CEP 20040-009


DOMINGO, 28 DE SETEMBRO
Exibição:Escola de Cinema de Bagdá (cinco curtas) - Diretor geral Kasim Abid (Reino Unido/Iraque)
Tema: O Poder da Câmera: Cinema, media e direitos humanos em zonas militarizados

TERÇA, 30 DE SETEMBRO
Exibição:Mataram a irmã Dorothy, de Daniel Junge (EUA)
Debate: Silenciando a Crítica: a execução como arma dos poderosos

QUARTA, 01 DE OUTUBRO
Exibição: Parto Orgásmico, de Débora Pascali-Bonaro (EUA)
Debate: Para nascer feliz: tirando o parto do centro cirúrgico

SEXTA, 03 DE OUTUBRO
Exibição:De Repente, o Inverno Passado, de Gustav Hofer e Luca Ragazzi (Itália)
Detabe: Casamento Gay em pauta

Com a estréia desse blog, nós, a organização do Cine Encontro, queremos deixá-los por dentro de tudo o que acontece nos preparativos para os debates, além de novidades sobre os mesmos! Além disso, disponibilizaremos, também, fotos dos nossos debatedores e do público presente. Então não perca essa oportunidade e se atualize nos últimos acontecimentos do Cine Encontro 2008!



O que é o Cine Encontro?

Assistir aos filmes da Première Brasil e ainda ter a possibilidade de conhecer, debater e aprender com os responsáveis pelo crescimento do cinema nacional. Isso será possível graças ao Cine Encontro, uma iniciativa do Festival do Rio que traz a reflexão, o conhecimento, o questionamento e o debate como forma de aprimorar o pensamento e a produção cinematográfica.

A democratização é a marca do Cine Encontro, que oferece ao grande público a possibilidade de assistir aos filmes da Première Brasil a preços populares e ainda assistir a debates gratuitos com os idealizadores de cada produção vista anteriormente. A mesa dos debates é formada por profissionais de cinema veteranos e iniciantes que recebem opiniões e críticas diretamente do espectador.

O Cine Encontro quer deixá-los por dentro de tudo o que acontece nos debates! Você também pode conferir fotos dos nossos debatedores e do público presente. Então não perca essa oportunidade e se atualize nos últimos acontecimentos do Cine Encontro 2008!

A exibição dos filmes acontece no Odeon e serão seguidos dos debates que acontecerão no Pavilhão do Festival, localizado no Rio Antigo (Rua Barão de Tefé 75 – Centro).